terça-feira, 22 de maio de 2012

Cantigas de escárnio:

Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. exemplo de cantiga de escárnio.
• Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada.
• Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades
• Ironia
 
 
 
Como muitos acharam interessante a diferença entre a língua portuguesa atual e a galaico-portuguesa, resolvi colocar mais um exemplo de canção de escárnio, com direito também à tradução! Aí vai:

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]

(Pero Larouco)

Tradução:
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiúra quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.

Explicação:
Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundor”
Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós;”

Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiúra e maldade.
 
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/trovadorismo
 
 

videos sujestivos para o aprimoramento do estudo

http://www.youtube.com/watch?v=DRyCUu5lHiY&feature=player_embedded#t=0s
http://www.youtube.com/watch?v=KoPfmZf8AhA&feature=player_detailpage#t=52s
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=JAkPGuISldU#t=122s

HISTÓRIA DA LINGUA PORTUGUESA

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
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No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta, em 1500), o tupi (mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi usado como língua geral na colônia, ao lado do português, principalmente graças aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a língua.
Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo superado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.
Com os escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria (vocabulário ligado à religião e à cozinha afrobrasileiras), e do quimbundo angolano (palavras como caçula, moleque e samba).
Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.
Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.
 No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.
 A GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
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A Língua Portuguesa é o oitavo idioma mais falado do mundo, são quase 230 milhões de pessoas “falando a mesmo língua”.
O acordo ortográfico tem como objetivo a unificação gráfica do idioma em todos esses países. Isso já ocorre em outras línguas como, o italiano, o francês e o castelhano. O que muita gente não sabe, é que esse acordo está assinado desde 1990, entrou em vigor em 1° de janeiro de 2009 e tem até 2012 para que seja completamente adequado.
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CURIOSIDADES
 Um dos termos que mais sofreu mudança através dos tempos foi “você” que a principio era utilizado como pronome de tratamento “vossa mercê”. Com o passar do tempo, devido as influencias de outras culturas, “vossa mercê” foi transformada em “vós micê” e “vossuncê” ate chegar em “você”. Essas mudanças ocorram não por normas gramaticais, mas pelo uso e costumes.
  OUTRAS MUDANÇAS
 1757 - a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real
 1759 -  com a expulsão dos jesuítas, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil
 1915 – Ocorre à primeira tentativa para unificação do idioma, porem foi anulada pela Academia Brasileira de Letras em 1919.
 1929 – A Academia Brasileira de Letras trabalhando em conjunto com a Academia de Ciências de Lisboa, tentaram chegar a uma escrita similar.
 1943 – é registrado o Formulário Ortográfico, onde Portugal e Brasil tentavam novamente uma unificação ortográfica. Porém somente Portugal adotou as novas REGRAS.